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sábado, 30 de julho de 2011





Revolução Mexicana

Chama-se Revolução Mexicana ao movimento armado, social e cultural iniciado no México em 1910 por causa da ditadura do General Porfírio Díaz e que culminaria oficialmente com a promulgação de uma nova constituição sete anos depois, ainda que os surtos de violência continuariam até finais da década de vinte. O movimento teve grande impacto nos círculos operários, agrários e anarquistas a nível internacional pois a Constituição de 1917 foi a primeira no mundo a reconhecer as garantias sociais e os direitos coletivos dos trabalhadores.

Queda de Porfírio Díaz
Porfírio Díaz Mori.A luta armada começou depois da fraude eleitoral perpetrada em 1910 pelo General Porfírio Díaz Mori, que se tinha mantido de maneira quase ininterrupta na presidência do México desde 1876. A presidência de Díaz se tinha caracterizado por impulsionar a industrialização e pacificação do país a custo da exploração das classes camponesa e operária, concentrando a riqueza, o poder político e o acesso à educação num punhado de famílias possuidoras de grandes latifúndios e em algumas empresas de origem estrangeira, principalmente francesas, britânicas e estadunidenses.

Emiliano Zapata  Nas eleições de 1910 Díaz tinha tido como adversário Francisco I. Madero, um rico empresário educado no estrangeiro que simpatizava com as reformas sociais que desde fazia vários anos eram promovidas por intelectuais como Antonio Horcasitas ou os irmãos Jesús e Ricardo Flores Magón. Díaz mandou prender a Madero enquanto fazia campanha em Monterrey e posteriomente o transladou a San Luís Potosí, enquanto Diaz pôde reeleger-se novamente à Presidência da República. Madero conseguiu fugir e exilar-se em San Antonio, Texas, onde redigiu o Plano de San Luís no qual convocava um levantamento armado que deveria ter início a 20 de Novembro de 1910 às 18:00 horas. Adicionalmente, o plano declarava nulas as eleições de 1910, não reconhecia o governo de Díaz, nomeava a Madero presidente provisório, restituía aos indígenas as terras que se lhes tinha apreendido mediante a Lei de baldios e estabelecia o princípio de não-reeleição para os postos políticos no país.
Diversos rebeldes e caudilhos populares responderam ao chamamento mas nunca formaram um movimento homogêneo nem compartilharam os mesmos ideais. Brigavam camponeses indígenas encabeçados por Emiliano Zapata, que reclamavam o roubo ancestral de suas terras, e as tropas de Pancho Villa, um foragido que estendeu os conflitos até o território dos Estados Unidos. A 20 de Novembro de 1910 se levaram a cabo treze confrontos em Durango, San Luís Potosí, Veracruz e Chihuahua. A luta contra o exército federal se estendeu por todo o país mas durou pouco, pois o presidente Díaz renunciaria cinco meses depois.
Depois de sua queda se iniciou uma luta fratricida entre rebeldes e ideologias que custaria a vida a um milhão de mexicanos, 10% da população total daquela época.

Francisco I. Madero
Depois da renúncia do presidente Díaz se formou um governo provisório encabeçado por Francisco León de la Barra que entregaria a presidência a Madero em 1911, no entanto dois anos depois Madero seria vítima de um golpe de estado encabeçado pelo general Victoriano Huerta. O efêmero governo maderista tinha sido incapaz de pacificar o país e os caudilhos enfocaram a luta na contramão do novo governo.

Victoriano Huerta
Com a morte de Madero, subiu ao poder Victoriano Huerta. Esta usurpação de poder seria apoiada pela aristocracia latifundiária, que via em Huerta uma oportunidade de restabelecer o sistema de Díaz. Os líderes locais redirigiram os seus esforços para a luta contra o novo governo e acusando Huerta de assassinar Madero em conluio com o embaixador americano, Henry Lane Wilson. Esta luta era dirigida por Pancho Villa, Zapata, Carranza e Obregón. A pressão dos Estados Unidos, que culminaria na ocupação de Veracruz após o incidente de Tampico, em combinação com as acções dos rebeldes, acabariam por levar à queda de Huerta. Derrotado, exilar-se-ia em El Paso, Texas, onde viria a falecer alguns anos mais tarde

Venustiano Carranza
A fim de conter a carnificina, Venustiano Carranza, o governador do nordestino estado de Coahuila formou o Exército Constitucionalista tendo em vista pacificar o país adotando a maior parte das demandas sociais defendidas pelos rebeldes e integrando-as a uma nova Constituição de tom progressista. Carranza conseguiu incluir a maior parte das demandas no texto da Constituição de 1917, incluindo o Plano de Ayala de Emiliano Zapata, mas seu desejo de pacificar o país provou ser mais forte do que sua habilidade para solucionar os problemas que tinham dada origem à violência, assim que, um a um, foi assassinando os rebeldes do movimento.

Álvaro Obregón
O governo de Carranza durou pouco. O general Álvaro Obregón, que tinha desempenhado na primeira etapa de seu governo o cargo de Ministro de Guerra e Marinha, sublevou-se ao ver-se em desvantagem em sua luta pela candidatura oficial nas próximas eleições federais e levando à morte e Carranza em 21 de maio de 1920. Obregón assumiu o poder e demonstrou não só ser um hábil militar, pois terminou de pacificar a maior parte do país, senão um hábil político que fomentou a criação e ao mesmo tempo se fez o apoio de múltiplos sindicatos e centrais operárias. Foi sucedido pelo também general Plutarco Elías Calles, que promoveria algumas leis anti-clericais que provocariam a Guerra Cristera e fundaria o Partido Revolucionário Institucional (PRI), que se manteria na presidência da República por mais de setenta anos. Ainda que a reeleição estivesse expressamente proibida pela Constituição de 1917, Obregón conseguiu fazê-lo em 1928 mas foi assassinado por um extremista católico antes de tomar posse do cargo.


Postado por: Brener Salustiano Reis.

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